quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Na piscina

    Calada quando sentia que deveria falar, mergulho em desepero e solidão ao redor de tantos. É ela que me lembra daquilo que não queria pensar. A descoberta me angustia e me faz querer fugir. Não posso. A sinceridade que tanto buscava se tornou meu algoz, eu, a vítima  de mim mesma.
   O céu calado não me dá as resposta que preciso e a busca parece não ter fim. A fumaça dos meus inúmeros cigarro me envolvem como as brumas da noite sonhada.  Mas a fumaça não é como outrora, mágica, sedutora. É fria, sangrenta, tortuosa.
  Sei que não é para sempre, mas o momento já é suficiente para me abalar. Não vou falar de lágrima que descem quente pela minha face. Não as vejo mais. O sentimento já congelou como o instante em que disse que não me veria mais.
  Um chamado, um desejo, uma sombra do que já passou. A espera infinita não mais me surpreende. Não resisto a dor de saber que ainda virá e o tempo me fará decidir. Não há resto, não há. Somente. O fogo do teu olhar já me respondeu. Mas será que seus olhos flamejam por ela também? Não me sinto a única, não posso ser.A dúvida me corroe e ela sempre está lá para me lembrar que existe, que não me pertence.
  Até nos sonhos está lá para me acordar e trazer a realidade para meu refúgio. Palavras como punhais que me ferem profundamente. O sangue jorra de minha alma e a inspiração de antes se torna ódio e rancor. O brilho se apaga e lembranças correm na minha mente exaltada. Estou exausta de argumentos, da falta de fantasia, do não começo.
   Quero hoje, agora. As horas passam lentamente e acendo outro cigarro. Não era o que eu queria, nunca é. A sensibilidade nunca combinou comigo. Não costumava chorar tanto, ser tão frágil e óbvia. Mas, no fim, tudo acaba em risadas e conversas na madrugada.

Um comentário:

  1. "no fim, tudo acaba em risadas e conversas na madrugada. " Olha o que a gente pode fazer com nossa dor.

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