quarta-feira, 13 de abril de 2011

Palavras desconexas

Quando alguém me perguntava o que eu queria ser quando crescer, sempre respondia: "artista". Pobre de mim! Não sabia os conflito internos, e pior, existenciais que essa profissão pode trazer. Não que não seja um bom caminho a trilhar. Depende de cada um. Talvez... o problema não seja nem com ela, a profissão, mas comigo.
Afinal, que tipo de artista quero ser? Não sei, não faço a mínima ideia. Não quero mais culpar minha juventude, minhas perdas. Me sinto só num mundo superlotado, fato. Mas, ser diferente de todos os outros não é o bastante. Não nasci com nenhum dom magnífico, não criei nenhuma sonata aos seis anos. Mas, será que isso significa que não há esperança? Não sei. São muitas questões, poucas respostas.
Me sinto sufocada, não tenho de onde retirar mais ideias, minha criatividade secou, está lá amarga, num canto escondido junto com meu talento. Os dois definham num quarto solitário e escuro onde só há dor.
 Escrever, gosto, muito, mas quem disse que isso me faz uma escritora? Bosi afirmou que uma obra de arte só é obra de arte quando é reconhecida por alguém como tal. Será que minha mãe vale? Espero que sim.
Mas, aí surge mais uma questão... não queria mais uma... mas ela está sorrindo para mim e sempre surge quando paro de ter infinitos compromissos e consigo pensar.Será que quero ser artista? Porque acredito que escolhi esse caminho por ser o mais familiar, o menos doloroso. Não faria nada que não me permitisse escrever, estar em contato com a arte e os artistas. Não sobreviveria.
Minha mente confusa digita tantas palavras sem sentido e elas formam um texto ansioso, cheio de informações desconexas, como a minha mente é.
A crise. A minha crise dos vinte anos. Duas décadas de confusão numa mente jovem, mas cansada.