quinta-feira, 17 de julho de 2014

O que vence a guerreira

Amarga ternura caminhava possuindo a rotina que desvanecia a juventude de uma ninfa dourada. A voz emudecia e o soluço pestanejava para sair como um grito que se rompeu numa madrugada infinita. Não eram mais vermelhos  seus lábios, mas sagravam desatinados procurando em desespero a fortuna almejada. A união de palavras destoantes estava escassa e doía e gemia e torturava aquela que rodopiava em pensamentos, em sonhos esquecidos. De onde vinha tanta dor? Não sabia e procurava sem sucesso e continuava sangrando e sorvendo o sangue que escorria em seu rosto agora rubro. Mais uma volta no nada, mais um delírio passageiro e lanças que perfuravam um coração já morto.
Cada escolha tinha feito dela uma pessoa maculada. Eram as brasas de um futuro previsto que corria em alcançar a dama naquela brisa e na alvorada. Cálido vento cantava em seus ouvidos atentos esperando que surgisse do nada mais um ser ao luar. Eterna espera enquanto era acalentada pelas folhas de uma floresta morta, morta com a esperança de poder escutar outra voz além da sua própria. O sorriso que se fechou por conta de um passado recente. Queria esquecer as lamúrias de outrora, mas a memória pulsava na mente da menina desacreditada. Suspiros em vão percorrendo um corpo jovem, uma alma cansada enquanto mais um dia qualquer nascia em sua frente.