quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Distraída entre as palavras

   São seis da tarde. Acendo mais um cigarro. Enlouquecida pela cólera me embebedo nas palavras da antiga canção. Não é a mesma. Ou será? Não tenho certeza, minha mente confusa já não tem qualquer vestígio de sensatez que possuia antes.
   Mas o que foi que aconteceu? Os anos passaram e esqueci quando foi exatamente que ele foi embora. Alguém sussurra em meu ouvido que a verdade está distante e tento procurá-la. "Fugiu de  mim", pensei. Sempre foi assim a distância é grande demais para que cinco minutos de uma vida sejam perdidos.
  Na realidade a agonia já se tornou parte de quem sou. Palavras soltas se espalham nas brumas da madrugada. Já é madrugada? As horas passam lentas e, de repente, envelheci.Somente o som das folhas das árvores que balançam no ritmo de minhas lágrimas me envolvem. Ninguém. Ninguém e o nada, esses meus doces amigos que me acompanham.
   A vida se tornou um martírio. Não há mas beleza nesse sol que vejo nascer.Olho ao redor e só vejo soluções. Liberdadde! Querida e terna amante que tira  as amarras da tortura de viver. Mergulho num rio profundo de mim. Sorrio e os sonhos  tomam conta de mim. O que será a realidade. É o que vivo hoje? É o que já vivi? Já não importa, pois envolta neste rio de sangue enterro a dor da perda junto a mim.
     

Um comentário:

  1. Amiga tudo é realidade. Só que em tempos verbais diferentes! Pensa nisso e não se martiriza tanto!

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