sábado, 24 de agosto de 2013

Um sonho derradeiro

...e a ninfa delirava, embebida de uma sensação que não conhecia há muito tempo.

Pulava da varanda banhada pelo luar, numa noite fria de setembro. A menina tentava sentir, absorver cada instante na presença daquele que a fitava com seus olhos de espanto. Corria envolvendo - a num mar de sorrisos e lágrimas.Aprender aquela nova dança, não mais segurar a vontade e o desejo, saber  que tudo era seu, era possível, enquanto ali estava.
Sem a amargura de outrora, não sabia lidar com a falta de taciturnidade em sua vida. Não era mais só, não era mais pura mas era fogo e brasa e vento. Uma menina que brincava de ser mulher correndo atrás do tempo que os afastaria.
 O cavaleiro solitário uniu- se à garota que das águas surgia.

Cantava sem medo enquanto entrelaçava suas mãos nas dele. Era a sensação que sempre negou, fugiu, odiou. Não seria mais a ninfa lamentadora das mazelas do amor. Eram cálidos os lábios que beijavam-se numa madrugada de gritos e tristezas que não mais podia escutar. Escondeu a melancolia. Sorveu do mundo um prazer que não a pertencia. Entregou-se ao delírio de mais uma noite que um dia nada mais valeria.

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