terça-feira, 7 de maio de 2013

Para o dia dos patinhos na lagoa



Ela estava ali, sozinha perdida entre as folhas de um jardim abandonado e nebuloso. Precisava ir, estava atrasada por causa de uma tempestade que a prendeu naquele lugar assombroso. Ouvia vozes que a chamavam, distantes, aterrorizantes. Sabia que era hora de ir, mas queria ficar mais um pouco com as flores mortas, única companhia que teria que abandonar.
Sim, era sempre solitária aquela menina dos olhos negros. Caminhou em direção ao tormento de mais uma vida na qual passaria as horas de dias infinitos. Não queria mais aquele vazio, queria o poder da escolha, uma pessoa na qual pudesse acompanhá-la em todos os minutos da complicada existência humana.
Como uma surpresa flamejante, seus cabelos de fogo projetaram a imagem mais perfeita da felicidade na Terra. A menina não amava ninguém mais do que ela mesma, queria para consigo alguém que fosse uma velha alma perdida nos séculos de outras mortes já conhecidas.
Conjurou então um espelho que levaria com ela para a eternidade e esse espelho criou uma garota a sua imagem e semelhança mas com uma alma de um passado não tão distante. Desde então, por mais de duas décadas não se sente mais só, a linda menina ganhou uma alegria, uma companhia para suas brincadeiras e momentos taciturnos.
Suas vontades geraram uma outra vida que se entrelaçou a dela para todo sempre.

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