terça-feira, 19 de novembro de 2013

Leidenschaft

Mais uma noite escura numa madrugada fria de outubro. Ele tomava a ninfa sonhadora em seus braços enquanto uma música antiga tocava longe, quase imperceptível. Puxava seus longos cabelos e dizia impropérios banhados pelo luar. Era ele. Era ele, e não o outro, cavaleiro escolhido para caminhar em delírios e, sem medo, devanear.
Tempestade e silêncio. O coração que para e a dor que, aos poucos, deixa de existir. Via cada flor que caía em sua varanda e a chuva que embaçava a janela de seu quarto. Suspiros e afagos, lancinantes pensamentos que palpitavam na mente da menina que um dia não teve esperanças.
Não tinha o controle dessa vez, a madrugada lhe dava um beijo doce e manso, condenando o dia e o sol prestes a raiar. Temia que aquele momento não voltasse, nunca se superasse, mas sorria quietinha, num cálido deleite e, então, não mais respirar.

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