domingo, 27 de novembro de 2011

No luar antigo

Minha livre pele que queima entre corpos nus, arde de veneno e desejo. Não posso relutar por um instante que vá correndo em busca de outros beijos. Terna, meiga e sonsa, me aproximo do teu cálido corpo. A madrugada zombeteira e triste dá lugar ao sol irresoluto. Danço no ar correndo entre as nuvens serelepes. Pensa que pode me assustar com seus gritos breves? Oh, bruma sem fim, mistério para mim não há. Já em outros olhos as mesmas chamas que tentaram me embebedar.
Um eu-lírico amargo e a vontade de que janeiro me enlace. A vida num suspiro de tristeza e a solidão que me embala em multidões caladas. Nem mais um trago do veneno mais doce, que me acalmava entre lágrimas e passageiras lembranças.Agora é só esperar pelo dia em que sorverei novamente mais um gole de uma gelada paixão.
Estranho ou não, mergulhada nos braços de Orfeu, recordo dos dias em que não precisava me preocupar com que horas precisava chegar. Ontem, semana passada. Oh, dias gloriosos. Já cheguei no limite da farsa. Sou livre, ora, não há quem me amarre, prenda ou, até mesmo, me faça sofrer por mais de cinco minutos. Pena para você, sorrisos para mim. Adeus madrugada louca. Voltarei para o ingrato dever de casa e mais um copo de suco vazio.

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