Sonhando acordada, delirando mais uma vez. Palavras se esgotam enquanto trago o último vestígio do cigarro que parece infinito. Lembranças que não mais me fazem verter lágrimas. A necessidade do irreal me toma por completo. Se já não durmo, busco em outros lugares o desejo de viver mais do que o que a realidade pode me oferecer.
Meu bálsamo, meu prazer é sentir através daquilo que não é meu. Milhões de imagens e a história daquele que me dá segurança. Somente nos filmes, nos livros, posso mergulhar sem medo, sem pavor de criar relações verdadeiras. É ali, sozinha, numa sala, que consigo ser mais eu mesma.
Corpos que flamejam o ardor, o sangue que pulsa, ali, em pessoas que não irei encontrar mais tarde, com as quais não preciso conversar ou tomar um café depois de uma longa conversa. É quase uma relação sem compromissos. Ou será que o que me torna uma fugitiva também me transforma em prisioneira? Essa dúvida me persegue e, ao mesmo tempo, não quer dizer nada. Se não sou, se não ponho em palavras algo tão abstrato quanto a sensação de viajar com Kato ou Sam Baggins ou até mesmo com Regina George, porque me importar de ser tão presa a essas vidas?

H.,
ResponderExcluirlembre-se que a realidade é algo importante e insubstituível. Viva a vida.
Agora, consigo me conectar com seu texto. É algo tão fluído e real, mesmo que o que você vive não seja.
Hilda,
ResponderExcluiramei o seu texto.Amei mesmo.
É um paradoxo interessante, esse que aponta. Mas acho que todos vivem isso. Para serem livres, precisam prender-se à alguma coisa. Não conheci uma pessoa diferente disso. A prisão que escolheu é muito bonita, mas um pouco solitária, se quiser outra me ligue que a gente sai pra beber! hahahahah
beijo
Obrigada,Laís.
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